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quinta-feira, 7 de maio de 2015

A Samurai – uma graphic novel para quem gosta de mulheres fortes e decididas

Oito quadrinistas incríveis reunidos para contar a história de uma gueixa que não medirá esforços para encontrar sua família.


Imagine-se no Japão, meados do período Edo. Você é uma menina que, ainda muito pequena, foi vendida para o okiya (casa das gueixas) para ser doutrinada como um delas. Seu grande sonho é livrar-se dessa condição e conhecer sua família. O que você faz? Treina para se tornar uma samurai, claro!

Essa é a premissa da graphic novel A Samurai, que precisa da sua ajuda para ser viabilizada. O projeto está no Catarse e conta com a participação de 8 talentosos quadrinistas da atualidade. O roteiro é de Mylle Silva e promete agradar não só os fãs de cultura japonesa, mas também todos que gostam de personagens femininas fortes e cheias de personalidade.

Já a lista de artistas participantes é de tirar o fôlego. A direção de arte do projeto e o primeiro capítulo do projeto estão nas mãos de Yoshi Itice (estúdio Manjericcão). Os demais quadrinistas são Vencys Lao, Guilherme Match, Mika Takahashi, Bianca Pinheiro, Herbert Berbert, Leonardo Maciel e Gustavo Borges. Todos os artistas foram selecionados pela própria roteirista, que também coordena o projeto.

A proposta gráfica da HQ também é um pouco diferente. A história será dividida em oito capítulos, cada qual com uma cor predominante. Ou seja, a missão de cada artista será ilustrar e transmitir ao leitor o sentimento do capítulo com a cor que lhe for dada.

A campanha, iniciada dia 10 de abril, já atingiu 1/3 da meta até o momento e vai até dia 08 de junho. Dentre as recompensas, é possível escolher o livro impresso, trabalhos originais de artistas participantes, o livro de contos da roteirista – totalmente encadernado à mão por ela -, além de botons, cadernos, mouse pads, canecas e demais brindes. É possível, inclusive, ser uma gueixa ou um samurai dentro da história!

Curiosidades

Existem muitos mistérios durante a elaboração de um roteiro. Alguns dizem que os personagens têm vida própria e fazem suas escolhas. E algo assim aconteceu com A Samurai. Mylle conta que essa graphic novel é uma homenagem ao seu saudoso amigo Claudio Seto. Para quem não sabe, Seto foi o primeiro quadrinista a publicar mangá no Brasil – muito antes do gênero virar febre no país. Um dos títulos mais famosos do artista, publicado de 1967 a 1973 pela editora Edrel, chama-se O Samurai. “Simplesmente aconteceu”, ela conta, “quando percebi havia escrito um roteiro em homenagem ao Seto, com quem tive a oportunidade de conviver de 2006 a 2008”.

Sinopse

Japão, meados do período Edo. O país era governado pelos daimyos (senhores feudais) que eram defendidos por fiéis samurais. Nesse contexto, as mulheres eram seres submissos que aceitavam serem tratadas como inferiores sem poder questionar. Exceto Michiko. Ainda recém-nascida, ela foi deixada no okiya, a casa das gueixas, para ser doutrinada como uma delas, mas, mesmo parecendo ter aceitado sua condição, ela alimenta o desejo de encontrar sua família e viver uma vida normal. Para tanto, Michiko decide mudar o seu destino e se torna uma samurai que não mede esforços para atingir seus objetivos e lutará até o fim para realizar os seus sonhos.

Como funciona o Catarse?


Catarse é uma plataforma de financiamento coletivo que já viabilizou vários projetos culturais em todo o Brasil. Nele ficam hospedados vários trabalhos em busca de captação de recursos, mas o diferencial é que o grande investidor é o público. Para contribuir, basta escolher uma das recompensas e realizar o pagamento. Se o projeto for financiado, você o receberá dentro do prazo dado pelo realizador – que, no caso, é novembro de 2015. No entanto, caso o projeto não seja financiado, o valor investido é devolvido integralmente ao apoiador, simples assim.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Grafipar e Claudio Seto na Revista de História da Biblioteca Nacional

Nota extraída da coluna do Reinaldo Bessa no Jornal Gazeta do Povo de hoje 01/11/2011:

"Turma enquadrada

A edição de novembro da Revista de História da Biblioteca Nacional traz um artigo dedicado à extinta editora curitibana de quadrinhos Grafipar e às revistas Próton e Neu­ros, editadas por Claudio Seto no final da década de 1970. Assinado por Luciano Henrique Ferreira da Silva, professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o texto relembra as histórias criadas pelo time formado por Rogério Dias, Luiz Rettamozo, Seto, Paulo Leminski."

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Estréia de documentário sobre Claudio Seto e lançamento da segunda edição do livro Ayumi

No dia 20 de setembro de 2011 acontecerá um lançamento duplo do multiartista Claudio Seto: a segunda edição do livro "Ayumi - Caminhos Percorridos", de autoria de Claudio Seto e Maria Helena Uyeda e do documentário "O Samurai de Curitiba", dirigido por Rober Machado José Padilha, conta a história do Seto quadrinista e roteirista entre as décadas de 60 e 80, época de ditadura militar no Brasil. É um material muito rico, com entrevistados como Minami Keizi, o próprio Claudio Seto, entre outros. Para mais informações, visite o site oficial do documentário. Confira o trailer abaixo:


Em sua segunda edição, o livro "Ayumi - Caminhos Percorridos" recebeu uma revisão e agora está bem mais completo. É um material muito interessante para todos aqueles que gostariam de saber um pouco mais sobre a história da Imigração Japonesa no Paraná. Segue o convite para o lançamento do livro.

SERVIÇO
Estréia do documentário "O Samurai de Curitiba" e lançamento da 2° edição do livro "Ayumi - Caminhos Percorridos"
Dia 20 de Setembro às 19h30
Hara Palace Hotel - Salão 3
Av. Iguaçu, 931 - A - Rebouças Curitiba - Paraná
Entrada franca

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Seto Notícias #03 - 1991.08.25


Matéria publicada no Caderno G no dia 29 de julho de 1996. O texto, escrito por Valêncio Xavier, fala sobre o filme "A Grande Depressão", que conta em seu elenco com Aurea Leminski, Carlos Careqa, Claudio Seto, entre outros. É só clicar e ler.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Seto Notícias #02 - 1991.08.25


Notícia sobre uma exposição realizada por Claudio Seto. Foi publicada no jornal O Estado do Paraná em 25 de agosto de 1991. É só clicar e ler.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Seto Notícias #01 - 1996.11.15-21


Eu tive acesso a um arquivo de jornais com algumas notícias sobre Claudio Seto - exposições, lançamentos de livros, homenagens, colunas sociais, etc. Estou há alguns dias pensando em colocar tais notícias aqui no blog para que o pessoal mais jovem possa conhecer um pouco mais do trabalho de Seto na década de 90 - data da maioria das notícias que tenho por aqui. 

A imagem acima é de uma notinha publicada no jornal "Notícias do Japão" na edição de 15 a 21 de novembro de 1996. É só clicar e ler - a imagem é bem grande.

terça-feira, 26 de julho de 2011

22 de julho - Aniversário de Claudio Seto


Pra não deixar passar em branco, no dia 22 de julho (último sábado) Claudio Seto completaria 67 anos de idade. E, como não poderia deixar de ser, aposto que a comemoração seria numa mesa de bar e com umas cervejas na mão. KANPAAAAAI! BANZAAAAI!

Foto do site http://curitibaneando.wordpress.com

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Trabalhos do artista Claudio Seto em exposição na GibiCon nº0


Claudio Seto também foi lembrado (e como não?) pelo pessoal da Gibicon. A exposição intitulada "Seto - Samurai de Curitiba" é inédita, com originais de várias páginas de quadrinhas feitas pelo mestre. Seto é o precursor dos mangás no Brasil e um dos maiores nomes dos quadrinhos em Curitiba.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Exposição Arte Nikkei (2008)

Ontem encontrei uma foto da abertura da exposição Arte Nikkei, que aconteceu no dia 21 de junho de 2008 no Memorial de Curitiba. Na foto está Claudio Seto (terno branco, taça na mão), Claudia Suemi Hamasaki (sorrindo logo atrás), Julia Ishida (ao lado de Suemi), Marília Kubota (ao lado de Julia), Akiko Mileo (ao lado de Marília), Chuniti Kawamura (fotógrafo, agaixado com a câmera fotográfica em mãos), Celso Setoguti (ao lado de Chuniti), Roger Noguti (ao lado de Celso), Claudine Watanabe (atrás de Celso) e Eliza Maruyama (ao lado de Claudine). A foto foi retirada no flickr de Claudine Watanabe - que vale a pena ser visto, tem ótimas fotos!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

SETO - Sociedade de Estudos da Tradição Oriental

Há algum tempo eu estava navegando pela internet e achei um link muito interessante no site Atelier do Bonsai. Trata-se de uma sociedade fundada por Claudio Seto, a Sociedade de Estudos da Tradição Oriental. Se você prestar atenção a sigla dessa sociedade é SETO - fato que me causou muita surpresa. 

Entidade cultural e beneficente sem fins lucrativos, voltada à pesquisa, preservação e divulgação da cultura oriental em língua portuguesa

A história do bonsai no Brasil

São poucas as referências sobre bonsai antigos no Brasil. As que existem estão em jornais e revistas agrícolas em língua japonesa. Uma garimpagem nesses textos resultaria numa bela obra sobre a história dessa arte no Brasil. Conforme artigo publicado em japonês na revista Burajiru no Nogyô (Agricultura Brasileira), edição comemorativa dos 20 anos da Colônia Itacoloni (Promissão-SP), impresso em setembro de 1938, os bonsaistas históricos do Brasil foram Hadano de Bragança-SP; Miyoshi de São Paulo (Veja complemento de informações AQUI); Seto, Katsuki e Nita de Guaiçara-SP. Cada um deles a sua maneira fez várias experiências estudando a aclimatação de plantas cujas sementes vieram do Japão. Na década de 1930, a pequena cidade de Guaiçara produziu tantas plantas orientais que tornou-se conhecida mais tarde com o slogan de “Berço das plantas”. Grande parte de plantas de origem asiática hoje existente no Brasil, como: pinheiro japones (akamatsu e kuromatsu), junipero, acer, azaléia, ardísia, piracanta, marlus, glicínia e cerejeira ornamental foram produzidos inicialmente em Guaiçara e espalhados pelo País, através de trens puxados por máquinas à vapor, da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

Katsuki e Nita eram donos de chácaras de mudas de café, arvores frutíferas e plantas ornamentais. Passaram a cultivar sementes de plantas japonesas para atender o pedido de Noriyasu Seto, um fabricante de sake (vinho de arroz) e amante de bonsai. Com o passar do tempo, as duas chácaras (Nita e Katsuki) tornaram-se os maiores viveiros de bonsai do Brasil e a cidade de Guaiçara o centro irradiador dessa arte na colônia japonesa no período anterior a II Guerra Mundial.

Consta que desde 1908 quando chegou a primeira leva de imigrantes japoneses, muitas pessoas com conhecimento do cultivo de bonsai chegaram ao Brasil. Entre estes o monge budista Tomojiro Ikaragui, amigo de infância do bonsaista Noriyasu Seto, que teria trazido no navio Kasato Maru, tronco de amoreira, que seria o primeiro bonsai introduzido no Brasil, mas cujo destino ninguém sabe precisar, pois infelizmente foi confiscado pelos funcionários da alfândega juntamente com apetrechos para criação do bicho da seda. Portanto, apesar de muitos imigrantes conhecerem a arte do bonsai, não cultivavam nos primeiros tempos da imigração japonesa devido à difícil condição em que viviam como trabalhadores braçais nas lavouras de café.

Nos anos 30, com a estabilidade financeira alcançada pelos antigos imigrantes e aquisição de propriedades rurais por estes, pela primeira vez a colônia japonesa foi despertada à praticar artes de sua terra natal, entre elas o bonsai, que a partir de Guaiçara ganhava todo interior de São Paulo, cujas mudas chegaram também as mãos de Hadano (Bragança) e Miyoshi na capital, que fizeram verdadeiras obras de artes.

Goro Hashimoto foi o primeiro botânico da colônia japonesa à escrever um livro sobre plantas brasileiras. E o primeiro bonsai com planta brasileira (bougainvillea), foi cultivado pelo jovem Tyotaro Matsui no início da década de 30, no Núcleo Aliança (hoje Guaimbê-SP). Desde 1924 quando os imigrantes japoneses entram em Primeira Aliança, para derrubar a mata-virgem e preparar o plantio da muda de café, constataram na região, a existência algumas variedades de bougainvillea. Essa plantas que os locais chamam de primavera ou três marias, logo despertou a atenção dos nipônicos, pois vista de longe, a espécie de bráctea de cor rosa lembravam o sakurá (cerejeira) em flor, provocando imensa saudade da terra natal.

Durante a derrubada da mata, Tyotaro Matsui, que aprendeu o cultivo de bonsai com Seto, foi guardando os troncos com raizes num riacho. Como na época não existiam vasos para bonsai no Brasil, o moço improvisou para seu uso, latas de querosene cortados na lateral, para os bonsais grandes e latas de marmelada para bonsais pequenos. As latas de querosene (20 litros), existiam muito na zona rural, pois a iluminação era a base de lampião de querosene. É interessante registrar que na época em Guaiçara, os vasos de bonsais de Seto, Nita e Katsuki, eram confeccionados em madeira – os vasos de cimento só apareceram nos fins dos anos 40 e início de 50.
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TRÊS BONSAI DE TRÊS MARIAS
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Com o avanço da estrada de ferro e início da colonização no norte do Paraná, Yonezo Matsui que tinha espírito de desbravador, mudou em 1937 com a família, para a Seção Yamato III, da Estação Apucarana, onde derrubou a mata virgem para plantar algodão. Seu filho Tyotaro tinha na época vários bonsais de bouganvillea (três marias ou primavera) e entre estes, três mais antigos de troncos espessos e de exuberante beleza.. Com medo das plantas não aclimatarem à nova terra, e a dificuldade em transportar na mudanças - onde ainda não existia estrada de rodagem – o moço Tyotaro presenteou Noriyassu Seto com dois de seus melhores bonsais, levando o outro para o Paraná. Comentavam na época que no norte do Paraná não existia essa planta. Mais tarde, plantada no solo, cresceu rigorosamente em terra roxa e as mudas foram espalhadas para todo Estado.

Em 1938, Noriyasu Seto enviou através do consulado do Japão em Bauru, um exemplar do bonsai de bougainvillea para o viveiro de plantas do Palácio Imperial no Japão. Seis meses depois recebeu uma carta de agradecimento do cerimonial do palácio, onde dizia que o Imperador (Hirohito) gostou muito da planta que floriu logo depois que chegou ao Japão. Como essa flor não tinha nome em japonês, sua magestade chamou-a de ikada katsurá. Assim, dos três primeiros bonsais de bouganvillea cultivadas no Brasil, só restou um no interior de São Paulo (Guaiçara).

Alguns anos depois o viveiro de bonsai de Noriyasu Seto começou a sofrer grandes ataques noturnos de formigas saúva. Em fila indiana, milhares de formigas vermelhas chegavam a desbastar completamente um bonsai em apenas uma noite. Os buracos de formiga começaram aparecer em vários pontos da chácara onde se situava a fábrica de sake e o viveiro de bonsai. O ato de colocar colheres de formicida em pó na carreira onde passavam as formigas ou em torno do buraco, não estava resolvendo. Noriyasu então despejou formicida líquido nos buracos, até esvaziar dois galões. A idéia era acabar com as formigas botando fogo uma por uma, em todos os ninhos do chão. Mal botou fogo no primeiro buraco, uma grande explosão derrubou uma velha figueira que ficava na beira da rua. Os buracos eram interligados tendo o ninho central na raiz da enorme árvore.

O estrondo foi ouvido pela cidade inteira já que Guaiçara era então uma pequena cidade. E tudo estaria bem se não fosse o fato de que em 1945 estava em andamento a Segunda Guerra Mundial. Acontece que e a fábrica sake de Noriyasu Seto estava as margens da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, cujo trecho dentro perímetro urbano era considerado “Área de Segurança Nacional”. Por esse motivo, na época, os imigrantes japoneses estavam proibidos de cruzar a estrada de ferro, chegando ao cúmulo de crianças (brasileiros descendente de japonês) que iam à escola, ter que andar vários quilômetros até sair do perímetro urbano para cruzar a linha.

O estrondo do formigueiro foi interpretado pela polícia local que os japonês estavam atacando Guaiçara para tomar a estrada de ferro. Imediatamente da estação ferroviária que ficava exato trezentos metros da figueira tombada, telegrafaram para o quartel de Lins notificando o ataque nipônico. Horas depois, num corre-corre cinematográfico a fábrica de Noriyasu estava cercado por caminhões, jipes, tanques e soldados armados até os dentes. Guaiçara que nunca teve quartel viu pela primeira vez uma operação bélica de tamanha expressão.

Apesar de Seto mal falar o português, não foi difícil fazer o comandante entender que se tratava apenas de um extermínio de formigueiros com fogo, tão comum nos pastos dos arredores da cidade. O difícil ou impossível foi ele tentar explicar ao representantes do Quartel General que cultivava árvores para fazê-las anã. Conclusão: toda família foi presa para “assegurar a tranqüilidade e o bem estar da Nação”. O comando do exército que alguns meses antes havia habilmente confiscou e transformou em quartel, a associação Japonesa de Lins e as autoridades policiais do distrito de Guaiçara, como bons cristãos entenderam que havia algo de subversivo na atitude de Noriyasu. Fizeram constar na ocorrência policial o seguinte ponto de vista: “Conforme vontade de Deus o natural é que as árvores cresçam de tamanho com o passar dos anos. Portanto, árvores que fazem o contrário, ou seja, vão diminuindo de tamanho só pode ser obra de satanás e motivo de preocupação para a segurança nacional, pois no futuro poderão fazer o mesmo com o valoroso povo brasileiro”.
A famíla Seto só foi solta depois que todos os bonsai foram plantados no chão. Como um guarda de quarteirão foi designado a vistoriar diariamente essas plantas, tornou-se impossível replantá-las em vasos. Noriyasu foi mandado para Casa de Detenção de São Paulo (Carandirú) e no ano seguinte (1946) para a Prisão Correcional de Ilha Anchieta, no litoral norte paulista, acusado de pertencer à organização subversiva Shindô Rennei.

O bonsai de bouganvillea, o pioneiro da espécie cultivada no Brasil, que foi plantada no chão por ordem das autoridades, cresceu como uma árvore normal, mas manteve o formato estético de bonsai, tanto pela estrutura do tronco, como pelas podas feitas pelos netos de Noriyasu (um deles Claudio, ainda cultiva bonsai em Curitiba e foi o primeiro bonsaista brasileiro a cultivar cerejeira ornamental no Brasil). Em homenagem à essa planta o sake fabricado por Noriyassu que era denominado Hakutsuru e Hinohana, e foi obrigado a mudar de nome para “Sake Anjnho” durante a guerra, passou a chamar Sake Primavera, assim que o conflito mundial terminou. Anos depois o ex-bonsai de bouganvillea (primavera) tornou-se pela beleza, uma espécie de atração turística da pequena Guaiçara, onde até hoje está plantada.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Homenagem a Claudio Seto

A homenagem abaixo foi feita a Claudio Seto durante o Haru Matsuri de 2008 (ano do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil), cerca de dois meses antes do seu falecimento

“Quem vê um senhor barbudo tirando fotos durante o Matsuri ou sentado junto aos amigos bebendo cerveja nem imagina que ele é a pessoa mais importante para o acontecimento do festival. Há 17 anos esse mesmo senhor tão criativo teve a idéia de transformar as festas juninas realizadas dentro do Nikkei em Matsuris. A partir de então o festival não parou de crescer, atraindo todos aqueles que admiram a cultura japonesa em Curitiba.

“Mas essa é apenas uma faceta de um homem tão grandioso. Estou falando de Chuji Seto Takeguma. Talvez você tenha conhecido ele como o primeiro desenhista a publicar quadrinhos japoneses no Brasil. Quem sabe tenha lido algum de seus livros ou alguma das lendas por ele escritas. Ou ainda tenha em casa um bonsai que por ele foi cultivado com muito carinho. Pode ser que tenha ouvido falar de um certo japonês que foi homenageado com o título de Cidadão Honorário de Curitiba.

“Na verdade não importa como você o conheceu. Agora, uma coisa é certa: se você está aqui, a culpa é do Seto! Ele sempre lutou como um verdadeiro Samurai para divulgar a Cultura Japonesa em nossa cidade e é com muito orgulho que digo: você está vencendo. É você que traz todas essas pessoas até o Matsuri com sua força de vontade e trabalho.

“Se eu fosse citar todas as homenagens e prêmios que recebeu durante a vida, ia ocupar muito tempo. No entanto não posso deixar de comentar uma coisa: o Seto é uma pessoa muito humilde. Verdadeiramente humilde, algo muito difícil de se encontrar por aí. Nos fala sobre seus trabalhos nacionalmente conhecidos como se falasse da última coisa que viu na TV.

“Foi você, Seto, o primeiro a perceber que se mais jovens de cosplay, Gothic Lolita, Visual Kei ou apenas de touquinhas fossem atraídos aos Matsuris, a festa ganharia um charme especial. Foi então que insistiu para que um Palco Jovem fosse adicionado ao evento e sempre apoiou as manifestações culturais dessa juventude que tanto admira a Cultura Pop Japonesa.

“Todos nós aprendemos um pouco com o artista plástico, o mestre Onmyoji da seita Zenchi, o fotógrafo, o animador cultural, o jornalista, o poeta… Com esse homem único chamado Claudio Seto. Agradecemos do fundo do coração tudo o que tem feito pela Cultura Japonesa e para cada um de nós!”

Fonte: http://www.tadaimacuritiba.com.br